quinta-feira, 25 de julho de 2013

Senhor tempo.

 Havia uma menina que não temia nada, enfrentava de peito aberto e sem receio nenhum qualquer diversidade, levada pelo mal do seu tempo, colocava a capa e saía correndo pelo quintal da avó, escalando montanhas, enfrentando vilões perversos e malvados, combatendo a impunidade e toda forma de desigualdade, a menina que sempre achava que tudo ia dar certo, levada por seus 11 anos de idade, cujo o maior desafio era enfrentar sua mãe na esperança de passar das vinte duas horas ou de faltar aula pra assistir o filme da sessão da tarde,
Havia uma jovem... Cabelo colorido, tatuagens, vários metais pelo corpo, fan do ACDC, Ramones e David Bowie. Sem pudor nenhum e desafiando toda a sociedade, já tinha se decepcionado, na família, no amor, na vida, colocava a capa e saía correndo pelos parques centrais da cidade, ao som dos beatles, fone de ouvido, roupas rasgadas, all star fadigado, já tinha perdido tanto e tinha medo de perder bem mais, mas, não desistia de ser feliz à seu modo, não queria mais expectativas no amor, nem família, nem vida, queria aproveitar cada minuto como se fosse o ultimo, sem interrupções e mais decepções, levada por seus 18 anos, Seu maior desafio era não ficar de recuperação no colegial e tentar arrumar um emprego que resolvesse a falta de grana.
Havia uma mulher, trancada em um escritório, tentando resolver os problemas da família, dividas, brigas, perdas, desafiava todos os dias a si própria, levantar cedo, pegar o ônibus das seis e meia, cuidar dos filhos, da casa. Tinha terminado o colegial de “raspão” e teve superar a perda da mãe com quem não se dava bem na adolescência, saiu de casa cheia de medos e incertezas, quando o pai alcoólatra a agrediu, teve que crescer o mais rápido que pôde, seu maior desafio é manter os filhos com a inocência que ela tinha aos 11 anos.


Nota póstuma: A mulher todas as noites põe a capa e sai correndo pelo apartamento pequeno, contando histórias mirabolantes para as crianças, sentindo-se novamente com 11 anos de idade, sem medos, sem preocupações, sem angustias, e repletas de expectativas no amor, na família, na VIDA.

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