Perdemos o eixo, o fio
da meada, o norte, rumo, o prumo, perdemos-nos numa infinitude de nós
dois, num deserto de almas perdidas, foi difícil, quase impossível,
me manter sem você, as lembranças eram minha bússola, eu tentava
me encontrar, porém, quanto mais eu me distanciava mais perto eu
chegava de ti, meus passos sempre iam ao seu encontro, só que ficar
com você me desnorteava ainda mais, eu te olhava nos olhos tentando
buscar aquela pureza de um ano atrás, mas via apenas aqueles olhos
negros cheios de desconfiança, tentava achar em teus lábios aquele
sorriso sincero e livre de escárnios, sobretudo, via maldade,
segundas intenções e uma palavras de acusação prestes a sair.
Tentei achar você, de
todas as formas, nos abraços, nos beijos, gestos, no seu antigo
desejo, mas, não vi nada, nada além de desconfiança, te perdi e me
afundei junto dentro do seu eu psíquico e cheio de mistério,
descobri segredos, medos e sentimentos ocultos pela sua doçura
externa e calma constante; agressividade, acusações, traições,
enfim...
Desbraguei cada
palavra e sentimento dentro de minha psicose complexa e sedenta de
ti, estava recuperada na sua chegada e ao longo do tempo, foste
desaguando em mim cada uma de tuas fobias, que passaram a se juntar
as minhas, e no final, tudo que me restou foi essa confusão mental
na qual me encontro nesse momento, perdida, sozinha, sombria,
confusa, como uma órfã, aquele amor de antes virou vento que leva a
um caminho que sei que colidirá com o seu, não sei por quanto tempo
essa história de ir pra um lugar sem saber porque deve continuar,mas
sei que nosso encontro inevitavelmente vai acontecer, só tenho medo,
pois sei, que novamente meu mundo vai se perder em você.