sábado, 21 de abril de 2012

Quando o dia surgiu.


No vazio de meu quarto, as paredes frias, apenas a luz reflete um sinal, um ríspido sinal, de esperança. Eu reflito um olhar de desprezo sobre mim mesma, nesta horas de solidão, de angustia, de medo...

Uma dor imensa toma conta de minh'alma, quando percebo que estou perdida, sozinha, sem saída ponho depressa o agasalho,antes que maus pensamentos me façam agir por desespero, saio de casa(...) O tímido frio das noites de inverno deslisa vagarosamente sobre meu rosto e ponho-me a caminhar sobre as desertas ruas da capital, as lágrimas ainda insistem em cair, olho para o céu, como quem insiste em fazê-las regressar, inútil! Estavam presas por tempo demais e já não adiantava mais me fingir de forte(...) Passando por uma praça, quase vazia, apenas um casal... Ah Esses sim estavam felizes, Sentei-me longe dali, mas perto o bastante para observá-los, Eles se beijavam, se abraçavam ,eles sorriam de verdade, não como quem esconde um sofrimento, sorriam espontaneamente! Eles sabiam que a felicidade estava ali, Coisa que eu já havia esquecido até aquele momento. De repente percebi que as lágrimas não mais molhavam meu lábios e comecei a me senti melhor em saber que ainda haveria chance da felicidade lembrar o meu endereço, me levantei e continuei a caminhada, ainda estava com medo de voltar pra casa, medo de que toda aquela angustia voltasse, medo de lembrar do motivo que me fazia senti-los, medo de pensar em você(...)

Caminhando sobre a calçada da praia, a madrugada realça ainda mais toda a beleza natural do lugar, avisto vários moradores de rua à dormir sobre o perfume das ondas, todos eles normais, os mesmos rostos, miséria, sofrimento, fome, frio, drogas, abandono, algumas lágrimas(...) Sobretudo comecei a reparar detalhadamente aquelas expressões, eles eram e refletiam nitidamente a atual identidade do pais. Sentei-me na areia, a noite começando a ceder ao sol, me perguntei, como alguém que não tem absolutamente nada, ainda insiste em viver ainda mais daquela maneira insignificante? Passei alguns segundos em silencio mental, até que percebi. Percebi que era uma fraca! E que você não era o meu principal motivo de viver, que as dores vêm mas com tempo se amenizam, que agente se acostuma e aprende a ser forte, se acostuma com a miséria, com o sofrimento, com algumas ou muitas lágrimas, mas principalmente, se acostuma a recomeçar a cada dia.

O sol reflete-se no espelho d'água já é dia, tudo se esclareceu perfeitamente em minha cabeça, as lágrimas reprimiram-se e eu sentia vontade de sorrir, uma força tão radiante sobressaiu-se de todas as lágrimas derramadas, de todas as cartas escritas em minha embriaguez, de todos os desejos insanos, tudo aquilo, como já disse Caio Fernando, virou pó no filtro da memória. A noite já se foi, agora o sol abraça minha pele e me sorri, eu retribuo. Lembrei do casal da praça e de sua felicidade, lembrei dos moradores de rua, esbocei um sorriso meia boca, eles me fizeram perceber o real sentido de viver, que estão nos mínimos detalhes, coisas boas e ruins, num abraço, num sorriso até numa lágrima, mas que me fez ter força para perceber que ainda posso continuar sem você e finalmente  voltar pra casa.

sábado, 14 de abril de 2012

Um dia houve uma ilusão.

Tudo
começou num beijo, como começa a maioria dos relacionamentos, e
neste teu beijo, tão sedutor e perigoso, como também tu eras, eu me
envolvi, caí... admito! Como um caçador experiente apanha
facilmente uma presa, Tu me apanhastes e eu paralisada de medo cedi
as tuas armadilhas, e me prendeste de tal forma, como bom adestrador
que eras fizeste de mim seu objeto de estudo e de aperfeiçoamento.
Eu sei, é bem provável que eu tenha percebido tuas artimanhas, mas
até isso acontecer tu já havias me domado e eu já estava em tuas
mãos dependente do desejo que me causava a tua carne, tu eras pra
mim a heroína e a morfina que me afagava o corpo e a mente, e eu
era para ti um novo desafio, uma nova presa fácil prestes a ser
domada. Eu bem que tentei resistir mas a tua pele me causava uma
sensação de torpor como ninguém jamais havia me causado, e entre
nós era puro desejo, talvez um pouco de amor de minha parte, eu boba
me rendi a tua falsa doçura e ao encanto que escondia a tua
verdadeira identidade, enfim... a ilusão tomou conta de minha
mente e passaste a ser para mim exatamente o que eu procurava.
Eu
me abri completamente e aos poucos fostes decifrando-me, descobrindo
minhas falhas, meus medos, meus segredos, e como bom estrategista que
sempre foi e é, organizou as peças do tabuleiro, manipulou-me e como num jogo de xadrez, encurralou-me até o momento em que estive
totalmente vulnerável, e pronto foi cheque mate!
Eu
já não mais tinha vontade própria, minhas ações, meu corpo,
tudo era teu, e eu não me importava, contanto que a minha
dependência estivesse sempre por perto, já não me importava mais
família, amigos, lazer, dinheiro, me importava apenas o desejo que
me consumia e que aumentava a cada dia, cada dose de ti, enquanto que
tu, apenas aperfeiçoava a tua atuação, tua vasta experiência,
(coisa que me faltava), e assim durante um período mantínhamos
nossos interesses. até que um de nós se cansasse, obviamente não
seria eu, e não foi, você extraiu de mim tudo o que precisava até
que surgiu uma nova presa fácil e respondendo ao teu instinto foste
a caça! E eu continuava completamente apaixonada por ti, enquanto
que para ti eu já não mais servia de nada, e foi então que
chegou o dia que eu mais temia, a tua máscara de doçura e
perfeição caiu, e vi aquele que um dia foi meu vício sucumbir e em
seu lugar surgiu o oposto do que sempre foste pra mim, e como bom
adestrador que era largaste-me pois meus truques para ti já não
mais causava um efeito de novidade e sim de mesmice, e me
substituíste no picadeiro da tua vida, pois afinal o show deve
sempre continuar. Meu processo de reabilitação foi duro, talvez
a pior fase de minha vida, talvez as piores semanas de minha
existência, os dias eram longos, e as noites eram intermináveis, o
sono havia esquecido meu endereço, e as lágrimas sempre me
visitavam em todos os momentos e os suicidas já não me pareciam tão
loucos quanto eu pensava, tudo em mim estava desbragado, mas ao
poucos a idealização que sempre tive por ti, foi se transformando
num grande desprezo e aquele desejo se tornou ódio, e finalmente
percebi que como se extrai o pólen de uma flor, tu extraíste de mim
tudo que o que havia de bom, toda minha inocência e ternura, toda a
fé que eu tinha no ser humano, como um bomba atômica, aparentemente
inofensiva, mas com grande poder de destruição, me destruíste e
deixaste apenas escombros de mim. Tive que me reerguer, e consegui!
Mas o solo ainda é sensível e os estragos nunca serão totalmente
reparados e o teu cheiro, como a radioatividade sempre vai pairar
sobre o meu corpo.
Por- Mayara Campos

domingo, 8 de abril de 2012

Esse tal de inconformismo.

O quanto o "INCONFORMISMO" é perigoso, esse
sentimento é geralmente o que nos fazem correr atrás de algo novo
que nos faça sentirmo-nos completos, e isso é uma coisa boa, na verdade isso é ótimo, afinal monotonia é chato, careta.
Mas o fato de achar que nada nos completa pode ser perigoso... Sabe aquele ditado popular que diz que "a grama do vizinho é sempre mais verde" ?, pois é, em inumeras vezes as pessoas chegam a alcançar felicidade e após um tempo acham que isso não é suficiente, então abandonam o que conquistaram e correm atrás de coisas novas na esperança de que isso vai
ser o suficiente, e só então quando aquela nova situação não é mais o suficiente para suas vidas vazias, percebem que largaram a melhor coisa que poderia ter
acontecido em suas vidas que é a felicidade, percebem que já é tarde
demais, pois o tempo é uma roleta russa que no começo gira com uma velocidade tão grande quanto nossas esperanças e a medida com que vai diminuindo vão se com elas os sonhos , os encantos, e a sorte nem sempre é boa, quando vemos que tivemos a chance e ela simplismente ficou apara trás, percebemos que é tarde para voltar.
O Fruto que nos resta à colher, é nada mais que a solidão, eu fico pensando como deve se sentir uma pessoa que teve tudo em suas mãos e simplismente por achar que o tudo não é sufuciente, acabam com o nada...?
Sem amor, Sem alegria, sem amigos, sem momentos felizes, sem... sem... sem nada, nada além da agonia, da saudade, da solidão e do desejo, do desejo que de que as maquinas do tempo ou machines of the time (EUA) ,dos filmes americanos , existam de verdade.
essa melancolia de ficar imaginando como seria se tivesse sido diferente? deve ser o pior sentimento desse mundo. O inconformismo pode levar a isso tudo ? bom, pode ser, Vai saber néh?!
O fato é que algumas coisa não precisam mudar, cabe apenas a nós decidir-mos o conceito do que nos faz bem de verdade.