segunda-feira, 16 de junho de 2014

Cliclo Vicioso

Dezembro.
 Cansei de escrever sobre amor, cansei de me sentir bem e logo em seguida diluída, me sentir viva e logo após mórbida, casei de viver com medo da felicidade, cansei.. Quero sentir o aroma das gotas de orvalho que caem nessas manhãs desertas de outono, quero ver os detalhes microscópicos da vida, respirar o ar mais puro que puder, chega de falsos happy ends, chega de corações partidos. Vou escrever sobre o amor à vida, sobre a felicidade, quero ver o por do sol sentindo esperança ao invés de angústia, refletir sobre mim mesma, alcançar um mantra espiritual, me sentir em paz.
 Fevereiro.
Deus do céu! Como um telefonema pode mudar nossas vidas, nossos pensamentos, sinto-me tomada por uma felicidade incandescente, como se nossas vidas estivessem ligadas por aqueles blocos de carnaval, aqueles carnavais que não acabam na quarta-feira de cinzas, foi incrível como em meio à multidões e expostos ao luar, nossos olhares se encontraram e o hiato existente entre eles foi diminuindo de uma maneira assustadora, nem uma palavra dita, mas, conversávamos intensamente olho à olho e logo em seguida, boca à boca, como se nos conhecêssemos de outras vidas.
Junho
 Chove pesadamente, tempo nublando junto com o coração, ele foi embora, mais uma vez, realmente não sei como sempre caio nesse afago perigoso, queria-o comigo agora, sou uma tola mesmo, vivo nessa sina de me desbragar, de me consumir, de amar demais, me entregar demais. Mas diga-me é pecado querer viver e ter você a cada momento de minha vida?
 Setembro.
 Ele vive nessa repetição de ida e volta, parece que não pode me ver feliz, tem mania de me dar esperanças, demostra ciumes, mas quando eu me derreto, ele vai embora, quer me ver amarrada por fios invisíveis à sua volta, estou farta de submissão, farta de não tê-lo por inteiro, quero gritar, quero que seja meu, só meu, estou farta! Mas eu amo-o com tanta intensidade, uma força tamanha que cresce e pulsa, e me remói por dentro, sangra e dói, mas o quero ainda sim, mais a cada dia.
 Novembro.
 Argh, Cansei de escrever sobre amor.

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